quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Papo informal



Já faz um tempinho que não entro neste mundo...

Deixei de visitar a mim mesma e de regar o meu jardim.

Toquei a campainha hoje, pela madrugada...

Abracei meu coração e falei: 'É, meu velho, mais um ano chega ao fim.'
Tomamos um café...

Meu coração me olhava com uma doçura e uma ânsia de quem quer ouvir...

Desabafei: Continuo sentindo uma verdadeira falta de mim...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Qual o seu sexo? O meu é 'PROFESSORA'...





Hoje, devido ao tempo chuvoso, faltaram muitos alunos. Em uma determinada turma, havia somente uma menina em meio aos meninos. Um dos garotos solta a 'pérola':


_ Fulana, você não se envergonha de ser a única mulher aqui na sala no nosso meio?!?

Eu intervenho e digo:

-E eu sou o quê?! Não sou mulher não?!?


Ao que, de imediato, escuto:

_ Não! A senhora é professora!


(...Hã?...)


Os outros caíram na risada...


Comentei na sequência:

"Agora, então, existem três sexos - feminino, masculino e professor(a).


NOTA (Mais do que absurda) - Era uma turma do Ensino Médio (Colégio Particular).


Lembrei-me da música "Eu sou neguinha" - ('...TOTALMENTE TERCEIRO SEXO, TOTALMENTE TERCEIRO MUNDO, TERCEIRO MILÊNIO, CARNE NUA, NUA, NUA, NUAAAAA...')

terça-feira, 26 de abril de 2011

Gotas fincadas.















Chuva fria. Gotas caídas no vazio da escuridão.
Alma molhada, inundada, transbordando pelos olhos.
Na penumbra do abajour, o perfil triste, tosco e soluçante.
No quarto, o reflexo da cadeira vazia no espelho que aprisionou a alma.
Da janela embaçada, apenas o que resta são os vidros suados, chorosos...


Som contínuo da chuva que faz adormecer os que têm uma cama aconchegante...

Agradecimento.

Som contínuo da chuva que faz tremer os que não têm onde se aconchegar...
Tormento.
Aperto dos olhos e sacudida da mente...Não vamos pensar nisto...
Sejamos egoístas, pelo menos, por esta hora...
O peito já arde por conta de outras coisas...outro prestar de contas.

Pensa, sente, chora, grita...ops...
Gritar não...Gritar sempre é demais.

Gritar por quê?!? Barulho desnecessário.
Lá dentro é que se grita. O grito da transformação, da decisão de mudança ou mesmo, de socorro.

As horas passam e o tic-tac já nem incomoda mais... abafou-se pelo murmúrio da chuva espessa.
O clarear demora, mas há esperança.
Um cochilo...
Os olhos úmidos piscaram demoradamente e já amanheceu.
Os primeiros raios de sol surgem tímidos por entre as nuvens que outrora se desmanchavam em sentimentos.
A força dos raios vai impondo seu respeito no decorrer do dia.
Tudo volta ao que era.
Aproveito e ponho minha alma para secar no varal que sustenta lençóis brancos.
Minh'alma se mistura aos panos alvos, ofuscando os olhos de quem vê, inclusive os meus.
A chuva, pelo menos por algumas horas, deu uma trégua...até a próxima noite...até a próxima escuridão...


(Por Bethânia Santos - 26.4.2011 - às 2h da manhã)