quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Papo informal



Já faz um tempinho que não entro neste mundo...

Deixei de visitar a mim mesma e de regar o meu jardim.

Toquei a campainha hoje, pela madrugada...

Abracei meu coração e falei: 'É, meu velho, mais um ano chega ao fim.'
Tomamos um café...

Meu coração me olhava com uma doçura e uma ânsia de quem quer ouvir...

Desabafei: Continuo sentindo uma verdadeira falta de mim...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Qual o seu sexo? O meu é 'PROFESSORA'...





Hoje, devido ao tempo chuvoso, faltaram muitos alunos. Em uma determinada turma, havia somente uma menina em meio aos meninos. Um dos garotos solta a 'pérola':


_ Fulana, você não se envergonha de ser a única mulher aqui na sala no nosso meio?!?

Eu intervenho e digo:

-E eu sou o quê?! Não sou mulher não?!?


Ao que, de imediato, escuto:

_ Não! A senhora é professora!


(...Hã?...)


Os outros caíram na risada...


Comentei na sequência:

"Agora, então, existem três sexos - feminino, masculino e professor(a).


NOTA (Mais do que absurda) - Era uma turma do Ensino Médio (Colégio Particular).


Lembrei-me da música "Eu sou neguinha" - ('...TOTALMENTE TERCEIRO SEXO, TOTALMENTE TERCEIRO MUNDO, TERCEIRO MILÊNIO, CARNE NUA, NUA, NUA, NUAAAAA...')

terça-feira, 26 de abril de 2011

Gotas fincadas.















Chuva fria. Gotas caídas no vazio da escuridão.
Alma molhada, inundada, transbordando pelos olhos.
Na penumbra do abajour, o perfil triste, tosco e soluçante.
No quarto, o reflexo da cadeira vazia no espelho que aprisionou a alma.
Da janela embaçada, apenas o que resta são os vidros suados, chorosos...


Som contínuo da chuva que faz adormecer os que têm uma cama aconchegante...

Agradecimento.

Som contínuo da chuva que faz tremer os que não têm onde se aconchegar...
Tormento.
Aperto dos olhos e sacudida da mente...Não vamos pensar nisto...
Sejamos egoístas, pelo menos, por esta hora...
O peito já arde por conta de outras coisas...outro prestar de contas.

Pensa, sente, chora, grita...ops...
Gritar não...Gritar sempre é demais.

Gritar por quê?!? Barulho desnecessário.
Lá dentro é que se grita. O grito da transformação, da decisão de mudança ou mesmo, de socorro.

As horas passam e o tic-tac já nem incomoda mais... abafou-se pelo murmúrio da chuva espessa.
O clarear demora, mas há esperança.
Um cochilo...
Os olhos úmidos piscaram demoradamente e já amanheceu.
Os primeiros raios de sol surgem tímidos por entre as nuvens que outrora se desmanchavam em sentimentos.
A força dos raios vai impondo seu respeito no decorrer do dia.
Tudo volta ao que era.
Aproveito e ponho minha alma para secar no varal que sustenta lençóis brancos.
Minh'alma se mistura aos panos alvos, ofuscando os olhos de quem vê, inclusive os meus.
A chuva, pelo menos por algumas horas, deu uma trégua...até a próxima noite...até a próxima escuridão...


(Por Bethânia Santos - 26.4.2011 - às 2h da manhã)









terça-feira, 28 de setembro de 2010

Nem a 'Galinha Pintadinha' conseguiu tal feito!!


Meu dia começou divertidíssimo...Que bom!

Acordei mais cedo, organizei algumas coisas. Liguei a TV. Assisti ao telejornal 'Bom dia, Brasil' e, a seguir, o programa 'Mais Você', que começou com uma situação intrigante - Ana Maria Braga tentava equilibrar um ovo em pé, pois afirmava que, uma semana antes e/ou uma semana depois do início da Primavera (23/9), o sol passa do Hemisfério Norte para o Hemisfério Sul, e, justamente nessa época que ele está cruzando a linha imaginária do Equador (o nome do fenômeno é EQUINÓCIO), acontece o ponto de equilíbrio de tudo, e a prova disso é que fica, inclusive, mais fácil para se conseguir equilibrar um ovo em pé.
Falei comigo mesma: 'Mas com que objetivo, eu tentaria equilibrar um ovo em pé?!? Será que esse povo não tem o que fazer?!?'.

A versátil apresentadora mostrou, em seguida, algumas pessoas no seu estúdio, colocando diversos ovos em pé.

Como sou a curiosidade em pessoa, adivinhem...kkk...Fui tentar também, mas não consegui, lamentando por minha suposta inocência - "Putz...isso é impossível! Quem conseguiu, se aproveitou de algum truque!" e emendei: Ah...que bobagem, tenho, realmente, outras coisas para fazer.” Voltei para meus afazeres, assistindo ao programa. Vi Ana Maria tentando, tentando, tentando...(eu já estava ficando tensa ao ver aquilo) até que, finalmente,ufaa...conseguiu!! Caramba!!A mulher vibrou muito...
E o pior: EU TAMBÉM VIBRARA COM O GRANDE FEITO!
Muita calma nessa hora... o programa é ao vivo e eu estava com os olhos pregados na televisão...não tinha como fazer um truque naquele momento!

Foi aí que um ovo acabou mexendo com meu orgulho.
Instigada, pensei: "Opaaa...Não! Se ela conseguiu, eu também consigo!"

Corri até a geladeira novamente, peguei o ovo e comecei minha tortura!
Imaginei um equilíbrio total - nada....
Agora, superzen!! - E nada!! ( Parece que o ato de se conseguir colocar um ovo em pé também depende do nosso equilíbrio interior).
Imaginei o Sol bem no ponto imaginário da linha do equador, muita calma, concentração... e....tcharannnnnnn...Eeeeeeeeee...
'Nossaaa... eu conseguiiiiiii!!!'...kkkk...
Corri na estante, peguei minha máquina fotográfica e ...flash..flash..flash...
"EU CONSEGUIIII!!...EU SOU MUITO BOAAA!!"...Eu tentava não gritar porque Joaquim estava dormindo..."YESSS!!!"
E não é que a gente fica feliz de verdade ao conseguir realizar algo que parece bastante difícil, rapaz?!?...kkk

Realmente, o Sol está bem no ponto da linha do Equador! Tudo, com um pouquinho de calma e persistência, pode ficar equilibrado...


Nota: Sei que quando minha licença-maternidade terminar e eu voltar para o meu trabalho, tendo, paralelamente, de cuidar de casa, bebê, marido, e de mim mesma, não terei tempo para tentar tal façanha... (se eu estiver me sentindo muito estressada, talvez eu tente ter paciência, pense em tudo branco, mentalize um mantra e fique na saga do equilíbrio do ovo, embora seja muito mais complicado fora da época do equinócio da Primavera. Caso eu não consiga a paciência monástica, à primeira tentativa de pôr (com respeito às galinhas) um ovo em pé, pelo menos, eu farei uma bela omelete...


Foto do grande feito!! (Obs. Essas manchinhas brancas na pia são do próprio mármore... Não é sujeira não, hein?!?..kkkk)


Tenho certeza absoluta de que muitos, após terem visitado este blog hoje, correrão até a geladeira, para pegar um ovo... (risos.)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

AS AMIGAS-PAQUITAS-VELHAS


Ela não gosta muito de escrever.
Prefere falar ao telefone.
Minha amiga é tão modesta
Quem adivinha o seu nome?

Extremamente organizada
E tem jeito cativante.
Só precisa relaxar mais um pouquinho
Para não ficar num estresse constante.

Paquita linda, muito esperta e antenada
Será dona de salão de beleza e não há quem a engane.
É a nossa musa inspiradora da comunidade:
“Continua escrevendo, DANI !”






A outra criou a personagem de paquita velha
Que adora reivindicar.
Gosta muito de escrever
E adora a todo mundo zoar.

Tem um filho obcecado
Pela Galinha Pintadinha
E todo dia a velha escuta
Sempre a mesma ladainha

A paquita é engraçada
Essa velha leva cada tombo
Mas segura firme seu laptop
E não tira ele do lombo

Quando ela cai, todos rezam
Para que nenhum osso se desloque
A velha não está nem aí e diz:
“Que solte tudo! Menos o LAPTOP!”








Tem uma paquita que gosta de revisar
Vive a fazer biquinhos e não larga a Revista
Também aprecia dietas saudáveis
É ultra-mega, a nossa paquita nutricionista!

Sua alimentação é verde e roxa
Carne vermelha tem PEREBA!
Legumes e verduras primeiro! Carboidratos depois!
E viva a paquitinha super natureba!

Passou férias em Porto Alegre.
Uma paquita que se alonga facilmente e sem ensaio!
Tchê pra cá...Chimarrão pra lá
Quando ela se admira diz: PAPAGAIO!








E, finalmente, a paquita que faltava!
Está em seu sítio a trabalhar
Preparando uma enorme churrascada
Para cem bocas alimentar

Essas bocas não têm dentes
Mesmo assim são umas belezuras!
Todas comerão por trinta!
E só depois colocarão as dentaduras.

A nossa paquita doidinha
Ganhará uma herança! Um tesouro!!
Treinará o seu filhinho
Que será um GOLEIRO-DE-OURO!









Dividirá a dinheirama
Com as velhas desdentadas
Que colocarão um implante
E ficarão todas reformadas.

E não se lembrarão mais
Do trabalho duro...da luta diária.
Pois terão uma velhice tranquila
E ficarão milionárias.



As paquitas mais queridas
Terão história pra contar
Da linha da pipa...à fralda popozuda
Vão rir muito ao ver o tempo passar.

E com carinho se lembrarão
Da amizade dos tempos de caverna.
Da época da escola e recreios animados
O quarteto mais simpático e de ligação eterna!








Por Bethânia Santos – ‘a paquita velha do laptop’ –
Uma homenagem às minhas queridas amigas em uma amizade que perdura desde os tempos do ronca..kkk
Beijos, Paquitas!!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

SAUDADE





SAUDADE



Saudade de ouvir meu pai chegando do quartel e dando um toque no basculante da cozinha. Como eu ficava feliz em ver a cena em que ele deixava a bolsa em cima da mesa, olhava para mim e para minha mãe e fazia um som com a boca - tipo um assobio - demonstrando o cansaço. Em seguida, eu beijava o seu rosto cansado.

♥♥♥♥♥♥

Saudade da minha mãe arrumando meu prato e trazendo para que eu comesse...Muitas vezes, ela me dava na boca, enquanto eu assistia ao "Sítio do Pica-Pau Amarelo" ou ao "Bozo". Eu me lembro daquele arroz com feijão, batata, carne amassadinhos e uma banana.

♥♥♥♥♥♥

Saudade do dia em que meu pai chegou com aquela vitrola vermelha e um disquinho de vinil (acho que do palhaço Carequinha).

♥♥♥♥♥♥

Meu pai era muito habilidoso com tudo o que fazia. Sinto saudade de coisas que ele criava para mim - um balanço com cordas fortes. Fez também um carrinho de madeira. Eu conseguia me sentar e ele empurrava com um pedaço de pau e eu achava que estava dirigindo. Uma vez, ele fez um microfone com o acendedor de fogão que ninguém utilizava mais e eu imitava a Xuxa.

♥♥♥♥♥♥

Sinto saudades do tempo em que dançava as músicas da 'Xuxa' e do 'Trem da Alegria' na sala.
♥♥♥♥♥♥


Saudade de quando meu pai colocava as canções do padre Zezinho e nós cantávamos.

♥♥♥♥♥♥

Saudade da minha mãe pintando camisetas com bonequinhas de um olho só (porque o outro estava coberto por um grande chapelão chique)...rs...Ela ainda costurava um cordãozinho de bolinhas brancas, que dava a nítida impressão de que eram pérolas pequenas.
Saudades.
♥♥♥♥♥♥

Meus pais me levavam, sempre que podiam, a um Parque de diversões em frente à Rodoviária de Campo Grande. Como eu gostava!!

Saudades.
♥♥♥♥♥♥♥


Eu me lembro de quando minha mãe me buscava na escola. Eu ficava tão feliz quando dava a hora da saída e quando eu a avistava no portão. Tenho saudades também de quando ela encapava meus cadernos e os pintava. Ninguém, na escola, tinha cadernos com capas tão lindas...mas era terrível quando eu trazia dever de casa. Ela sempre mandava eu apagar tudo porque a letra estava horrível. Acho que minha mãe queria que eu tivesse a letra igual a dela.

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Lembro-me de quando meu pai chegou em casa com um disco de vinil da 'Orquestra do Corpo de Bombeiros'. Fiquei contente. Ele trouxe uma batuta e dava uma de maestro...e eu imitava.
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Saudade de quando meus pais me levavam para fazer compras nas Sendas, quando eu ainda era bem pequena. Eu me lembro que minha mãe sempre pegava para mim a amostra de um docinho, que a gente comia até a parte de fora (parecia isopor).

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Saudade da minha mãe penteando meus cabelos rebeldes...como doía..kkk...

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Saudade de quando ela me arrumava, me calçava aqueles meiões brancos e colocava os quichutes, me levando, em seguida, para a escola. (Apesar de eu não gostar de ir à escola quando pequena.)

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Saudade das minhas bonecas. Rosilda, Amiguinha...
Tinha um barrigudinho também com uma boina branca...Eu tinha muitos brinquedos...presentes da minha avó.
Muitos brinquedos também eram dados pelo quartel no fim de ano ou em outras comemorações. Meu pai ficava todo orgulhoso em trazer aqueles brinquedos para mim.
A Amiguinha e o Bebê da Estrela foram dados por meus pais. Fora os carrinhos, joguinhos de chá, panelinhas, fogõezinhos...
Saudade...


♥♥♥♥♥♥♥

Saudade da piscina de cimento, pintada de azul, feita por meu pai para que nossa família pudesse se refrescar.
Eu, quase sempre, chamava meus amiguinhos para tomar banho de piscina...Era muito legal.
♥♥♥♥♥♥
Saudade do Corcel Vermelho do meu pai.
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Saudade de quando minha mãe deixava eu brincar um pouquinho na rua ou na casa de alguns poucos e bons vizinhos. Na maioria das vezes, ela preferia que os amiguinhos viessem até nossa casa.

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No dia de Natal, minha mãe dizia que quando eu ouvisse a música de Papai Noel, os presentes apareceriam perto da Árvore de Natal e que, provavelmente, Papai Noel estaria escondido atrás da poltrona. Apesar de sentir muita vontade de correr até os presentes, eu esperava bastante, pois ficava com muito medo de Papai Noel pular de trás do sofá e me dar um susto.


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Agora, me lembrei de uma outra cena de Natal. Meu pai cismou de se vestir de Papai Noel...Colocou uns óculos escuros, se enrolou numa colcha vermelha e colocou alguns algodões no rosto...Rimos à beça.
Saudades.

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Saudade do tempo em que minha avó me ajudava a ‘catar’ lacraias verdes das folhas ruídas de coqueiros. Nós colocávamos as lacraias vivas dentro de potinhos vazios de manteiga.

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Saudade das poucas vezes em que minha mãe deixava eu lamber a massa de bolo cru daquela enorme vasilha ...(na maioria das vezes, ela enchia d'água, dizendo que eu não podia comer porque fazia mal).

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Saudade de ver minha irmã subindo no berço e me chamando de “Nana”, quando eu chegava da antiga escola primária.

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Saudade de quando minha mãe ou meu pai me acordava às 3h30min. da manhã para irmos ao hospital do Bombeiro fazer algum exame. Era ruim acordar, mas depois que estávamos a caminho era legal. Quando chegávamos ao hospital, logo depois da consulta ou exame, nós íamos para a cantina lanchar. Nós olhávamos o Cristo do hospital de manhã cedo. Era muito bonito.

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Saudade da minha cama grudada na cama da minha irmã.

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Saudade de quando eu assistia ao "Cavalo de Fogo" com minha irmã e cantávamos a musiquinha de abertura.

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Saudade de ver o meu pai fazendo oração ao lado de minha cama, antes de nós dormirmos.

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Saudade do meu pai me ensinando Expressões Numéricas. Sempre me dei mal em Matemática, mas gostava, particularmente, das expressões porque ele tinha me ensinado tão bem...com tanto amor, que nunca mais me esqueci.

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Saudade de quando minha avó trazia os biscoitinhos salgados amarelos ‘de isopor’ e os danoninhos.
Saudade...

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Passeio bom era aquele em que pegávamos o ônibus para Paracambi. Eu adorava ir lá...não tanto para reencontrar os parentes – porque não tínhamos um contato contínuo – mas pela viagem em si. Gostava dos ‘salavancos’ das conduções. Quando entrávamos no ônibus, eu não passava a roleta porque queria me sentar no banco de trás por ser o mais alto. Meus pais, obviamente, me acompanhavam e íamos felizes...Eu sempre com a sensação de que estava em cima de um cavalo de tanto que sacolejava...(risos). Não tinha noção do péssimo estado da estrada...Achava tudo uma maravilha, inclusive a poeira do caminho. Quando chegávamos a Paracambi, eu gostava de caminhar até a casa da avó. Andava pelo caminho de paralelepípedo. Saudade de olhar para aquelas casas que nunca se modicavam. Saudade de olhar aquele rio que dividia as ruas. Saudade do cheiro do rio. Criança gosta de tudo mesmo...Acha tudo uma beleza. Hoje sei que o cheiro era de esgoto...kkkk...Meu pai chegava muito feliz à casa da mãe dele. Minha mãe nem tanto. Eu me lembro que sempre que estávamos ainda em casa nos arrumando para irmos, eles discutiam por qualquer bobagem. Minha mãe sempre dizia: “Sempre que vamos para lá, temos que discutir”...(picuinhas de família)...rs...Mas era legal estar lá. Gostava da companhia da minha tia, de rever os primos, das duas casas. A casa de minha avó sempre arrumadinha. Ela tinha obsessão por limpeza. Eu me sentia bem quando dormíamos na sala juntinhos – minha mãe, meu pai e eu. Quando eu acordava, todos já tinham se levantado e eu sentia um cheirinho de leite bom...mas, já era o dia de vir embora. Eu sempre achava que ficávamos pouco tempo por lá, mas também, não reclamava. Vínhamos embora numa boa.
Saudade.

♥♥♥♥♥♥


O bom mesmo era dormir na casa da minha avó daqui...Nossa, como eu gostava! Na casa dela, eu me sentia tão à vontade. Era se como eu estivesse em minha segunda casa.Eu chegava à tarde, tomava banho, lanchava e ficávamos vendo TV. Depois dormíamos e ela sempre colocava umas cadeiras ao lado da cama, com medo de que eu pudesse cair. Quando eu acordava, sentia aquele cheiro bom de café da manhã. Uma maravilha!! Passava o dia feliz da vida. Às vezes, eu passeava pelo bairro com algumas amiguinhas da vizinhança, íamos para a pracinha, mas eu não ficava muito tempo. Não queria preocupar minha avó e também não queria deixá-la sozinha. Afinal de contas, eu sempre ia para lá para ficar com ela e não com as colegas. Sinto o cheiro dela até hoje.
Saudade.

♥♥♥♥♥♥


Saudade das poucas vezes que íamos passear no sítio da tia emprestada, grande amiga da minha mãe. Como eu gostava de estar lá. Ver aqueles bichos...porcos, galinhas, cachorros. Como eu ficava alegre em ver aquele bambuzal e, quando subíamos no laranjal. Eu achava o paraíso.

♥♥♥♥♥♥


Lembrei-me também das poucas vezes em que fui às festas juninas da rua da minha avó. Era bem legal aquelas comilanças todas, aquela fogueira.
Saudade.

♥♥♥♥♥♥


Meus pais, eu e minha irmã sempre íamos à igreja aos domingos bem cedinho. Não era muito legal acordar cedo, mas quando já estávamos lá não era tão ruim. Cantávamos belos hinos, orávamos. Um tempo em que a igreja era tão pura...tão cheia de vida...Um tempo em que os pastores e as pessoas eram mais amáveis e não se preocupavam só com bem material.Saudade...não pelo Templo em si, mas pela energia das pessoas, do fervor dos hinos, sinto saudade, principalmente, em ver meus pais juntos, sentados na poltrona da igreja, cantando e meditando na palavra de Deus.
Saudade.
♥♥♥♥♥♥



Era tão bom quando tínhamos um grupo da igreja que programava passeios. Como nos divertíamos. Éramos formados, mais ou menos, por umas 20 pessoas. Um dos casais do grupo tinha um restaurante na Pedra de Guaratiba. Era muito bom quando íamos para lá. Comíamos, ríamos, passeávamos.Uma vez, fomos até Angra passar uns dias. Foi maravilhoso. Inesquecíveis aquelas praias.
Saudade.

♥♥♥♥♥♥

Saudade de ver meu pai costurando as nossas roupas.

♥♥♥♥♥♥

Saudade de ver minha avó chegando aqui em casa, batendo no portão e chamando pelo meu nome. Às vezes, até a esperávamos no portão e quando a avistávamos descendo a rua, eu e minha irmã íamos correndo encontrá-la. Nós a agarrávamos tanto, que quase derrubávamos tudo, inclusive ela.
Saudade.
♥♥♥♥♥♥
Lembro-me do meu pai fazendo telas de silk-screan...Lembro-me dele esticando o nylon na tela, batendo para encaixar cada lado, revelando em seguida, na máquina que ele mesmo tinha feito e pintando vários panfletos e camisetas. Minha mãe fazia os moldes com letras-decalques e o ajudava bastante...Eu gostava de ver aquilo.

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Meu pai usava nas obras que fazia aqui em casa, uma bermuda suja de cimento, com uma camisa branca, um quepe velho, de quando ele era soldado do Corpo de Bombeiros, e botas. Acordava bem cedo, vestia essa ‘roupa de guerra’ e terminava ao anoitecer, quando minha mãe, já nervosa por ele ter trabalhado tanto, pedia que parasse para descansar. E ele gritava: “Dá-lhe Quiiiiiiiiiiiiincas”...rs
Saudade...
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Saudade de ver meu pai colocando um jaleco branco e sentando numa cadeira para que minha mãe cortasse seus cabelos. Saudade de ver aquela cena simples e bonita.


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E quando meus amigos adolescentes sentavam-se comigo na calçada?...Que bacana...Era sempre por volta das 19h30min. Quase todos os dias. Um vinha, chamava...Daqui a pouco, vinha outro e outro...e quando percebíamos, tinha uma roda de colegas!!,,.Ríamos muito...Zoávamos...Contávamos histórias de colégio, brincávamos de 'jogo-da-verdade', falávamos de paixonites do momento...Saudade...

♥♥♥♥♥♥

Lembrei-me agora do tempo de Normalista no Sarah Kubitsheck.
Quando batia 10h30min., eu tomava banho e começava a me arrumar para ir ao colégio... Eu me sentia a normalista mais feliz do mundo. Estava tinindo!! Era a época dos namoricos, das paixonites mais agudas..kkkk...Colocava aquele uniforme comportado, que eu sempre ‘descomportava’, desabotoando as abotoaduras, retirando as estrelas, enrolando a saia. Soltava meus cabelos loiros, tingidos na época por mim mesma. Parecia um sol!...kkk...Colocava meus cordões pesados de rock pauleira, anéis, pulseiras, brincos... E lá ia a estudante ousada – pelo menos, eu me achava - Na escola, eu me sentia muito bem. Como eu gostava de rir com meus amigos! Como zoávamos a nós mesmos e aos outros. Que tempo divertido. Tudo era motivo para riso e alegria! Que saudade!
Só saudade.

♥♥♥♥♥♥♥

Eu me lembro perfeitamente quando conheci o meu marido. Estávamos no curso de datilografia. Ele, com uma blusa branca, com listras azuis e com um macacão jeans. Começamos a conversar e descobrimos que morávamos perto um do outro. Morávamos praticamente no mesmo bairro e nunca tínhamos nos visto. Às vezes, vínhamos juntos, conversando alegremente. Bastou ele interromper o curso, para eu começar a sentir saudade. Um dia, nos reencontramos e ele disse que me faria uma visita. Veio na mesma semana. Acho que foi até no dia seguinte...(risos)...Ele apareceu com um violão, me pediu em namoro e cantou “La Bamba”....Muito brega!!..kkkkkk...mas eu me apaixonei mesmo assim...kkk...Começamos a namorar. Ele chegava e me chamava. Na maioria das vezes, trazia o violão.
Depois de um tempo, eu comecei a fazer faculdade e ele ia me buscar. Namoramos por muitos anos até nos casarmos.
Saudade.
♥♥♥♥♥♥
Muitas saudades em ver meu pai sentado à mesa do lado de fora, cortando as unhas com aquele cortador. Depois, ele pegava um espelhinho e com a tesourinha cortava os pelinhos do nariz...rs
Que saudade!
♥♥♥♥♥♥
Lembro-me de quando meu pai subia na laje de casa. Eu pedia para subir também e ele deixava. Para descer, era um sufoco...Eu ficava tão desesperada e pedia para o meu pai me segurar. Ele me segurava sim...enrolava meu cabelo, como uma trouxa, e dizia: "Pode descer que eu estou segurando!"..kkk... Nunca me desequilibrei, mas se, por acaso, acontecesse, ficaria pendurada pelos cabelos, nas mãos fortes de meu pai...
Saudade...
♥♥♥♥♥♥


Vi meu pai e meu marido (na época namorado) construírem nossa casa. Cada cômodo era construído com todo amor e cuidado. Meu pai sempre foi perfeccionista e media quase dez vezes a mesma coisa...kkk...Dava nos nervos...mas ele não queria errar.
Saudade.


♥♥♥♥♥♥

Saudade de levar meu pai para fazer compras, para ajudá-lo a carregar as coisas, quando ele estava mais velho e cansado.

♥♥♥♥♥♥


Saudade do tempo em que eu podia dormir uma noite inteira, sem interrupções - hoje, apesar do cansaço, fico muito feliz por ser acordada em todos os momentos pelo meu bebê, que foi tão esperado – mas eu tenho saudade sim do tempo em que eu podia dormir, mas só disso mesmo. A vida, apesar das belas coisas que vivi, não tinha a graça que tem hoje. Com meu bebê levado, tudo é tão mais divertido.

♥♥♥♥♥♥

Um tempo que passou...que não volta nunca mais.


E de tudo, sinto uma saudade imensa.


Seria muito bom se eu pudesse reviver cada detalhe, mas como, fisicamente, é impossível, contento-me em me lembrar com tanto amor de pessoas que fizeram – e algumas ainda fazem, graças a Deus – parte da minha vida...Da minha vida tão feliz.


Hoje, estou com 31 anos e sou muito grata a Deus e à vida por tudo o que passei e pelas pessoas que atravessaram meu caminho e que deixaram marcas de amor.


Espero ainda viver muito para contar lindas histórias ao meu filho Joaquim, aos meus netos e a quem mais se interessar.



A palavra 'saudade' foi repetida inúmeras vezes...Acho que não poderia ser diferente para quem viveu momentos tão felizes.


Obrigada, Deus, por ter a capacidade de sentir tanta saudade.




A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar. (Rubem Alves)



“A saudade é a maior prova de que o passado valeu à pena.”



“(...) A saudade é amiga da solidão, companheira inseparável do amor, visita invisível da amizade, às vezes pedaço de paixão, em muitos casos, suave perfume de momentos de carinho e ternura.”



Por Bethânia Santos - Um dia de lembranças com muita saudade -
Em 13 de agosto de 2010 - 02:57 da manhã.


quinta-feira, 24 de junho de 2010

Não estou sendo boa para o dia hoje. Mas...tenho direito disso também!!




Descubro em mim, a cada dia, uma qualidade e um defeito. Estou irritada em ver e ouvir por aí, uma ganância pelo 'ter' :'Tenho de ter isso.Tenho de fazer aquilo.'..aff...Ninguém TEM DE fazer nada...a gente faz o que dá...e vive como dá. Se bem que estou sem dinheiro e estou puta também por isso...mas, vou ficar repetindo esse mantra de que não preciso 'ter', só 'ser'. Detesto quando as pessoas chegam em minha casa sem avisar...Às vezes, estou toda mulambenta, minha casa está suja...Às vezes, não tenho tempo nem de me alimentar direito por conta dos cuidados com o bebê...Então...se vc for aparecer, venha sim, mas avise com antecedência. Adoro quando minhas amigas me ligam...mas, se vc me ligar e ninguém atender...é porque, eu estou trocando a fralda suja de cocô do meu bebê, estou dando banho no meu bebê, estou no banheiro...ou, simplesmente, porque não quero atender. Tenho meus dias de falar pelos cotovelos, tenho meus dias de humorista, tenho meus dias de felicidade absoluta ao enxergar tudo zen. Hoje, por exemplo, estou de TPM, e este mês, não estou com vontade de chorar, mas de chutar o teu traseiro se vc encher muito meu saco.... então...fique bem onde está... Agradeço a Deus todos os dias e momentos pelo meu bebê....mas ele entrou na fase da pirraça...e isso está me estressando...então, se eu conseguir atender o tel. e estiver com uma voz de ogro, não se assuste. Não entendo até hoje e acho que nunca vou entender porque meu pai, um homem tão bondoso, íntegro e cheio de fé e amor, morreu tão cedo. Realmente fica bem claro que Deus faz o que Ele quer. Não importa a nossa vontade. Não importa se somos bons, maus, arrogantes, humildes, espertos, ingênuos, honestos, desonestos, cristãos ou ateus...Nossa vontade nunca prevalece. E ainda por cima, temos que aceitar. Vamos discutir com o quê? Com quem? Ninguém é besta de fazer isso, né?...Só que entender, não entendo mesmo. As religiões têm me incomodado bastante..Todos os dias, ouço algo que me aborrece profundamente sobre alguma religião e pessoas de má fé...Não gosto de criaturas que se aproveitam da boa vontade de inocentes e fazem da religião uma mordaça...Então, afirmo, veementemente, que odeio com todas as minhas forças religião e fanatismo...Acho que igreja, roupas, sacrifícios, não levam ninguém a lugar algum, muito menos para perto de Deus...mas ...como eu disse ...'EU ACHO' ...e isso é só um 'achismo'. Se vc discorda, problema é seu. Ah...chega de escrever. Sou até legalzinha (pode perguntar aos meus amigos). Mas, hoje , realmente, estou de TPM...Não que minhas opiniões mudem quando a TPM passa, mas pelo menos, procuro ser mais discreta. Estou irritada com um montão de coisas...Amanhã passa... Aos fofoqueiros de plantão e aos curiosos que leram até aqui...Isso tudo não tem nada a ver com meu marido, com meu trabalho, com meu filho, com meus cachorros..enfim...Tudo está muito bem...obrigada. (Bom, pelo menos até a página 3 está...rs) Tenha um boa semana. Ah...antes que eu me esqueça, acho que o Brasil vai perder a Copa....mas também é um 'achismo'. Se você discorda, também é um problema seu. Eu gosto do jeito do Dunga.Os repórteres são uns urubus que fazem de tudo para provocar e denegrir a imagem das pessoas...E, na minha opinião, a mídia (incluindo algumas emissoras, como Globo e Record ) é uma manipuladora de cérebros ingênuos.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

DIA DAS MÃES

FELIZ DIA DAS MÃES...
DIA FELIZ...
FELIZ...
DIA...
MÃE...



ELA...EU...ELE...
EEEEEEEEEEEE!!


FELIZ DIA...
FELICIDADE
FELIZ IDADE
FELIZ MATERNIDADE
MATER
('mãe' em latim)
LIBERDADE PARA O MAIOR AMOR


MAMOU O BEBÊ
BEBEU O MAMÁ
"Ô, MAMÃE!"


MAIORIDADE
MAIOR
PASSA LOGO...POXA!
DURA POUCO


IDADE MADURA
MATURIDADE


SAUDADE.
SAUDADE.
SAUDADE
DÁ SIM!


DIA
FELIZ
FELIZ
DIA


FELIZ DIA DAS MÃES.





(O tempo vai passar...Um dia, Joaquim lerá isto.


Meu Joaquim, mamãe fez esse joguinho de sons e palavras para expressar a maior felicidade em ter você no meu primeiro dia das mães, você está com 4 meses e 19 dias.
Papai colocou em sua mãozinha uma rosa linda para você dar para a mamãe, você segurou por alguns instantes e sacudiu tanto, que quebrou o galhinho da rosa...(risos)...mas eu nunca fui tão feliz! Eu amo você para sempre, meu bebê!)





















quarta-feira, 28 de abril de 2010

Pra que eu saiba perdoar...(Pe. Zezinho)




Pra não ferir ninguém,
eu vim te procurar...
Alguém me machucou e eu não pude nem chorar...
Escuta, meu Senhor, escuta a minha história.


Por mil caminhos e a sorrir,
eu procurei compreender,
nenhum irmão eu quis ferir
eu só pensei em ajudar.

Mas houve quem não entendeu
e destruiu o que eu ergui,
e arrancou o que eu plantei,
desafiando minha paz.

De tanto ouvir falar de Ti,
eu quis fazer como aprendi.
Eu quis amar sem distinção,
de todos eu me fiz irmão.

Mas houve quem não entendeu
e disse coisas que eu não fiz.
Eu tenho medo de esquecer
de me esquecer que sou feliz.

Eu venho aqui pedir perdão,
se por acaso eu mereci,
sofrer tamanha ingratidão,
quando eu busquei sempre ajudar.

Mas quem não entendeu fui eu,
que se esqueceu quem foi Jesus,
que fez um bem maior que o meu
e mesmo assim morreu na cruz

sábado, 13 de março de 2010

O PASSEIO DE ELISA


O passeio de Elisa tem calçada,
Que se chama,
Que se chama emoção
O girassol do sol que passa e a faz dourada
E há pássaros e passos de canção

Se ela passeia tão contente
É porque,
É porque se sente bem
Passeando no carrinho docemente
Vai passeando com mamãe
E eu vou também...


(Por Bethânia Santos - Poesia que me rendeu o 1º lugar no concurso da Escola Maria Isabel de Carvalho - atual Escola Manoel Said Ali - 1986 - 2ª série do Primário - atual Ensino Fundamental. Foi feita para minha irmã quando ela era bebê recém nascida.)


FAZ PARTE DA MINHA VIDA

Seu nome foi sussurrado por Deus
Foi criada com grande inspiração
Criança cresceu solitária,
Menina cresceu com o mais puro coração.

Passeou, se apaixonou, perdoou.
Viveu muitas alegrias e desventuras,
Mas com encanto encarou a vida
E foi passando por aventuras.

Conheceu o maior amor
E com toda felicidade se casou.
A vida lhe presenteou dois frutos
E para toda a família se doou.

Reconheceu o poder do Deus vivo
E mais abençoada ainda ficou.
Vai trabalhando também na Igreja
Na obra que o Senhor preparou.

O tempo foi correndo,
Parece que tem asas ao vento.
E uma dor imensa viveu,
Quando seu maior amor perdeu.

Hoje vive em paz
Não tão feliz como antes,
Mas um consolo imenso chegou
Para trazer viva a lembrança do amor que ficou distante

Esse alento veio bem rápido
E surpreendeu a todos com carinho
A vida lhe mandou mais um presente
Essa alegria...O seu querido netinho.

Hoje, adquiriu experiência, com tranquilidade vive,
Agrada a todos com carinho e meiguice
Uma supermãe...mãe protetora
É a minha tão amada Clarice!


(Por Bethânia Santos – 13.3.09)






quinta-feira, 11 de março de 2010

LIBÉLULA DE UMA ASA SÓ


Libélula que tremula seu brilho perfeitamente, espalhando virtude...
Causando inveja entre borboletas e fadas
Uma de suas asas foi arrancada de forma rude
Mas uma Esperança, que saltitava serelepe, percebeu tudo, a abraçou e a fez sentir-se novamente amada.

A lenda nos diz que se capturarmos uma libélula azul e a colocarmos num recipiente de vidro,
Nossos pedidos serão atendidos,
Mas a esta libélula em especial
Não causemos esse mal, pois se assim o fizermos, não teremos sorte.
Seu espírito tornou-se forte,
Tornou-se a essência dos ventos
Com sabedoria encontrou seu Norte!
E hoje, com sua única asa, nos acaricia com cuidado e alento...


Nota: 'Tremula' - do verbo tremular (Mover, agitar com tremor).



(Por Bethânia Santos - 11.3.09 - A uma aluna querida que passou pela maior dor do mundo - a perda de seu filho - e para todas as mães sofredoras da mesma dor, mas que, com coragem, ainda têm algum tipo de força para viver.)


quinta-feira, 4 de março de 2010

Antes...


"Antes de ser mãe, eu fazia e comia os alimentos ainda quentes. Eu não tinha roupas manchadas. Eu tinha calmas conversas ao telefone. Antes de ser mãe, eu dormia o quanto eu queria e nunca me preocupava com a hora de ir para a cama. Eu não me esquecia de escovar os cabelos e os dentes. Eu não tropeçava em brinquedos nem pensava em canções de ninar.Antes de ser mãe, eu não me preocupava se minhas plantas eram venenosas ou não. Imunizações e vacinas eram coisas em que eu não pensava.



Antes de ser mãe, ninguém vomitou nem fez xixi em mim, nem me beliscou sem nenhum cuidado, com dedinhos de unhas finas. Antes de ser mãe, eu tinha controle sobre a minha mente, meus pensamentos, meu corpo e meus sentimentos.... eu dormia a noite toda ...Antes de ser mãe, eu nunca tive que segurar uma criança chorando para que médicos pudessem fazer testes ou aplicar injeções. Eu nunca chorei olhando pequeninos olhos que choravam. Eu nunca fiquei gloriosamente feliz com uma simples risadinha. Eu nunca fiquei sentada horas e horas olhando um bebê dormindo.



Antes de ser mãe, eu nunca segurei uma criança só por não querer afastar meu corpo do dela. Eu nunca senti meu coração se despedaçar quando não pude estancar uma dor. Eu nunca imaginei que uma coisinha tão pequenina pudesse mudar tanto a minha vida. Eu nunca imaginei que pudesse amar alguém tanto assim. Eu não sabia que eu adoraria ser mãe. Antes de ser mãe, eu não conhecia a sensação de ter meu coração fora do meu próprio corpo. Eu não conhecia a felicidade de alimentar um bebê faminto. Eu não conhecia esse laço que existe entre a mãe e a sua criança. Eu não imaginava que algo tão pequenino pudesse fazer-me sentir tão importante. Antes de ser mãe, eu nunca me levantei à noite a cada 10 minutos para me certificar de que tudo estava bem. Nunca pude imaginar o calor, a alegria, o amor, a dor e a satisfação de ser uma mãe. Eu não sabia que era capaz de ter sentimentos tão fortes. "



O VERDADEIRO APRENDIZADO.


APRENDI...Que a melhor escola do mundo está aos pés dos mais velhos.


APRENDI...Que quando se está apaixonado, não dá para esconder.


APRENDI...Que se apenas uma pessoa me disser "Você me fez ganhar o dia!", o meu dia está ganho.


APRENDI...Que ter uma criança adormecendo em meus braços, é uma das maiores sensações de paz do mundo!!!


APRENDI...Que ser generoso é mais importante do que estar certo.


APRENDI...Que nunca se deve dizer "não" ao presente de uma criança.


APRENDI...Que eu sempre posso rezar por uma pessoa, quando não tenho condições de ajudá-la de outra forma.


APRENDI...Que não importa quão séria a vida me obrigue ser, todo mundo precisa de um amigo para se divertir e tornar a vida mais fácil e feliz.


APRENDI...Que às vezes tudo que uma pessoa precisa é uma mão para segurar e um coração para entendê-la.


APRENDI...Que uma simples troca de olhares com meu pai, quando eu era criança, fizeram maravilhas em mim quando fiquei adulta.


APRENDI...Que o dinheiro não compra elegância.


APRENDI...Que são aqueles pequenos acontecimentos diários que fazem a vida tão espetacular.


APRENDI...Que debaixo de uma couraça, tem sempre alguém precisando de reconhecimento e amor.


APRENDI...Que Deus não fez tudo em um dia. O que me faz achar que eu posso?


APRENDI...Que ignorar os fatos, não muda a importância deles.

APRENDI...Que quando se quer ficar "quites" com alguém, apenas estamos deixando que aquela pessoa nos fira de novo.


APRENDI...Que o AMOR, não o tempo, CURA TODAS AS FERIDAS!


APRENDI...Que o jeito mais fácil de crescer como pessoa, é me cercar de pessoas melhores do que eu.


APRENDI...Que todas as pessoas que encontramos, merecem ser recebidas com um sorriso.


APRENDI...Que não há nada mais doce do que dormir com os filhos e sentir a respiração deles no rosto.


APRENDI...Que a vida é dura, mas eu sou mais "dura na queda" ainda.


APRENDI...Que as oportunidades não se perdem, alguém vai pegar as que eu perdi...


APRENDI...Que quando se cultiva tristezas, a felicidade vai bater noutro lugar.

APRENDI...Que se deve usar palavras suaves e macias, porque, talvez amanhã, eu tenha que engoli-las.


APRENDI...Que um sorriso é a forma mais barata para se melhorar o visual.


APRENDI...Que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher como reagir a isso.


APRENDI...Que quando seu bebê segura forte seu dedo mindinho, você foi "fisgado" para a vida toda.


APRENDI...Que todo mundo quer viver no topo da montanha, MAS QUE TODA FELICIDADE E CRESCIMENTO ESTÁ NA ESCALADA...


APRENDI...Que é melhor dar conselho somente em duas circunstâncias: 1ª quando for pedido;2ª quando for uma questão de vida ou morte.


APRENDI...Que quanto menos tempo eu gastar fazendo uma coisa, mais coisas eu farei.


(Autoria desconhecida)


sábado, 20 de fevereiro de 2010

Pernas e Perninhas


PERNAS E PERNINHAS


Pernas que cresceram trabalhando...
Pernas esguias e fortes.
Pernas que tanto lutaram.
Pernas que sustentaram com esforço uma família
Pernas de fé.
Pernas que se cansaram e se foram, caminhando para o céu...deixando só saudade.
Lágrimas doídas rolaram pelas pernas de amor

Deus se comoveu e mandou logo perninhas...
Perninhas que, finalmente, chegaram.

Perninhas que foram tão esperadas.
Lágrimas alegres rolaram pelas perninhas de amor.
Perninhas que balançavam dentro da barriga
Barriga que é fruto das pernas fortes.
Perninhas que nasceram e se agitavam
Perninhas que esperneiam e que estão crescendo a cada dia...
Pernas fortes...
Perninhas frágeis, mas corajosas.
Pernas que sustentaram
Perninhas que sustentarão.
Pernas e perninhas tão parecidas...
Que passaram e que estão passando por esta vida.



(Por Bethânia Santos - 20. 02. 2010)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Nossos móbiles


Em uma dessas madrugadas, acordei com o Joaquim “conversando ao modo dele” com os bichinhos do móbile...Eu estava pronta para me levantar - antes que ele abrisse o berreiro - trocá-lo, dar a mamadeira e niná-lo, mas, simplesmente, fiquei observando...
Ele, tão inocente, olhava cada bichinho, balbuciava sons muito meigos, sorria. Por vezes, se sacudia todo, balançando bracinhos e perninhas. Estava lindo, iluminado pela luz branda do abajour. Parecia um bonequinho à pilha. Eu me encantava a cada gesto.
Os minutos foram se passando, e Joaquim continuava ‘seu amistoso diálogo’, enquanto meus olhos passeavam por todos os movimentos que fazia. Joaquim não me via. Tão pequenino, tão indefeso. Em sua inocência, brincava, descobria, olhava... E eu, logo ali, à sua direita.
Um simples movimento com a cabecinha e Joaquim poderia descobrir que eu o observava tão atentamente, que esquecia de todos os problemas....não via mais outras formas, outro foco. Meu anjinho com toda a atenção voltada para os bichinhos, e eu, com toda minha atenção voltada para ele.
Por um momento, imaginei que aquela cena em que eu estava vivendo, poderia ser um perfeito exemplo de como é Deus em nossa vida. Às vezes, estamos tão ocupados ou tão distraídos com alguma coisa, que não enxergamos o Senhor que nos observa atentamente, pronto para nos auxiliar ou nos socorrer ao primeiro choro, ao primeiro perigo, basta apenas inclinarmos um pouquinho a cabeça, procurarmos com mais cuidado...mas muitas vezes, só enxergamos os brinquedinhos, os bichinhos. Simplesmente, insistimos em não tirar os olhos do móbile.

domingo, 29 de novembro de 2009

O côncavo e o convexo



“O amor real é, não finge; ele simplesmente é. O amor banal é açucarado, meloso, pegajoso, chato – mais conhecido como amor piegas. Ele é enjoativo, nauseante. O amor banal alimenta somente o seu ego, o amor real alimenta sua alma. O verdadeiro amor nunca espera recompensa nem agradecimento. O amor real não faz expectativa. E não se pode satisfazer o amor banal, pois ele está tão enraizado na expectativa que, não importa o que se faça, sempre parece pouco. Sua expectativa é enorme e ninguém pode satisfazê-la. Assim como, o amor banal sempre traz frustração, o amor real sempre traz satisfação. Ame, mas não se torne um escravo da pessoa amada. Ame sem apego, ame pelo amor e não por carência. Quando não está apegado à pessoa, o amor atinge seu patamar mais elevado. O amor banal é um outro nome para o apego; o amor real é o próprio desapego. O amor banal mostra muita ansiedade, ele está sempre ansioso. E esta é a grande diferença: o amor real nunca é ansioso e sempre é atencioso.”


(Por Dr. Luiz Ainbinder )

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O suor nosso de cada dia...de verão.


Estou em bicas...

Sala de aula com dois ares condicionados desligados. Não há ventiladores e as janelas estão fechadas, na verdade, vedadas.

No ciep, a obra foi feita para a instalação dos ares, então, acabaram com a pouca circulação que havia entre as paredes. Colocaram os ares há uns dois meses, mas ainda não fizeram a devida instalação, faltam tomadas adequadas, fiação...

Grávida de oito meses, aturando uma turma que copia, apaticamente, o conteúdo do quadro.

Uns entram atrasados e não dão nem um "boa noite"...Outros escutam MP3.

É...estou em bicas.

Dois ou três alunos se "salvam" quando trazem o conteúdo feito para um visto. O restante canta um funk antigo...

Eu falo seriamente para que "os que nada querem" desliguem o MP3 e parem com a cantoria.
Não posso ficar me estressando à toa, mas estou bem irritada com o calor, cansada e minha cara não é muito amigável.

Continuo transbordando de suor.

Meu bebê pula...está agitado.

Alguns alunos terminam o trabalho de qualquer maneira e se vão. Dou graças a Deus. Nessa altura do campeonato, o meu profissionalismo já foi para o espaço.

Quando penso que a sala se esvazia, dois alunos chegam bem atrasados e começam a copiar. Mais irritada eu fico...

Sinto meu filho soluçar dentro de mim. Deve ser pelo meu estresse ou pelo calor...

Penso em um banho frio...Penso em um copo duplo de suco de maracujá com gelo.

Meus pés doem, estão inchados demais. Retenção de líquido é terrível.

Continuo imaginando os ares condicionados congelando...Só imaginação.

Lembro-me do meu ar condicionado que pifou justamente nesse calorão...afff...Ninguém merece...Lembro-me que preciso ligar para ver se consertam meu ar...Lembro-me também de minhas contas atrasadas...

O pensamento vai ganhando asas, mas retorna bruscamente quando percebo um aluno arrastando a carteira...Ufa...o último...

Nem acredito!

_ Tudo bem, professora, derretendo aí??

_ Tudo, querido! (Risinho forçado)

_ Então, thau, profeee!

_Tchau querido!

E o suor escorre...

Vida de professora do Estado...

Vida de grávida...



Rio, 19 de novembro de 2009 - Sala de aula de um Ciep às 19h30min.